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domingo, maio 03, 2009

Era uma vez a padaria da esquina

Eu moro na Gávea, Rio de Janeiro, há mais de 13 anos e vi algumas mudanças no bairro. Francamente, não notei nada qualitativo. Exceto a ciclovia que veio compor uma necessidade dos ciclistas (e sou adepta). Posso elogiar a reforma recente do Shopping da Gávea, que nos brindou com salas de cinemas. Aliás, eu sinto falta dos guardas de trânsito que ajudavam a evitar o caos nos cruzamentos internos e sinais. Aqui ninguém respeita sinal. Os pedestres precisam ter muito cuidado para não serem atropelados ao cruzarem as ruas quando os semáforos estiverem lhe dando passagem.

Isso seria um assunto e tanto, mas vou falar de outro: a padaria da esquina.

Quando vim morar na Gávea havia três padarias muito próximas. Sendo a situada na esquina da Rua Professor Manoel Ferreira a melhor. Os pães eram deliciosos com suas massas levíssimas. O charme dela ficava por conta dos fins-de-semana quando moradores se encontravam num café da manhã a céu aberto. Era muito gostoso. A lanchonete tomava a esquina da rua citada. Preferíamos ficar lá em pé e papear. Levávamos carrinhos de bebes e crianças maiores.

Contudo, antes de fazerem uma grande obra, não sei se foi troca de sócios, infelizmente os pãezinhos deixaram de ser tão saborosos e muitos de nós passamos a comprar no Zona Sul que realmente tem uma deliciosa padaria (mas preciso andar mais).

Quando a obra terminou, para desagrado dos usuários (e de fins-de-semana) a lanchonete foi relocada para o outro lado e interno, de modo a ficar meio que escondida. Eles disseram que assim tinham como oferecer ar condicionado. A verdade que nunca mais houve encontros dominicais. Então outras opções foram aparecendo na redondeza para café da manhã, porém mais caras e nem tão descontraídas.

Eu gosto dos funcionários, eles já me conhecem há bastante tempo. Todavia percebo que a gerência não se importa muito em agradar os seus clientes habituais. Recentemente, por ocasião do aniversário de minha filha, foi escolhida (a meu contragosto) uma torta da padaria. Paga antecipadamente. Ao ser entregue em casa era outra torta totalmente diferente. Nem adiantou reclamar, não nos atenderam. Ficamos com aquilo lá mesmo e nunca mais compraremos outra, porque não faltam melhores opções a preços pouco acima do que foi pago.

A massa dos pães foram caindo de qualidade, especialmente os doces, os pães de sal costumam estar escuros e cascudos. Mas salva na hora da chuva ou cansaço quando andar até o Zona Sul fica fora de questão.

Um trunfo deles ainda é a galinha assada, aquela que voces vêem rodando nas máquinas, simplesmente é muito bem temperada e acompanhada de deliciosa farofa.

Hoje, infelizmente, eu me aborreci, porque eles se enrolaram e estavam vendendo o que não tinham. Não se importaram em comunicar que a demora poderia ser de até 40 minutos. Após ter comprado a ficha, vendo que eu estava com criança, ofereceram entregar em casa. É muito perto. Olhei o relógio e vi que dava para segurar o almoço. Só que os 40 minutos passaram e se transformaram em quase duas horas de espera; então telefonei e ao perguntar pelo produto disseram que eu ainda precisava esperar mais tempo! Ou seja, estavam vendendo o meu produto pago! Como o telefone que eles atendem fica próximo a rua, com direito a intenso barulho de ônibus, não se fala, berra. Eu com esta vozinha fina pareço uma histérica, é complicado falar mais alto e ganhar do som acima do nível suportado.


Fim das contas: nada do assado, nada do almoço, nem do dinheiro devolvido, e se quiser que eu vá lá buscar.

Uma pena que a qualidade caiu tanto, quanto ao produto e serviço, eles fazem isso porque as outras duas padarias não existem mais para competir com eles, somente uma bem mais longe.

Eis a oportunidade para quem é do ramo: abrir uma padaria de qualidade que ofereça mais e ponha eles no chinelo.

Enquanto escrevia isso, eu me lembrava de uma postagem de um amigo, Lorran Feital (http://www.oadafoca.blogspot.com/), que nela informou sobre padarias britânicas que estavam avisando pelo Twitter aos clientes quando os pãezinhos estavam saindo e quentinhos. Um luxo!

http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2009/04/07/padaria-britanica-avisa-pelo-twitter-quando-tem-pao-quente-755177890.asp

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9 comentários:

Anônimo disse...

Isso até parece uma história passada aqui em Portugal (eheheh)
Na verdade somos irmãos !
Beijinho e bom domingo

Rodrigo Piva disse...

É Sissy, infelizmente os serviços no Brasil deixam muito a desejar. Todos os que viveram em outros países contam que prestação de serviço e principalmente o pós-venda é o que mais sentem falta quando precisam ficar um tempo de volta no Brasil.

Infelizmente não parece que isso vá melhorar tão cedo...

Beijos

by mghorta disse...

Tempos idos, tudo muda de lugar, até nós.

Coragem e espero que seja recompensada da perca, não com o churrasco, mas com o dinheiro ao menos.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Molequinha.
Fizeram molecagem com você.
Beijão
Felipe

Sonia Regly disse...

Querida Syssim,
Eu achava que essas coisas só aconteciam aqui em Pavuna, que é o fim do mundo. Mas, já vi que no Brasil, eles não estão preocupados em agradar a freguesia e sim ganhar dinheiro.Beijos e parabéns pela excelente matéria.

Anônimo disse...

Sissym,

Os tempos são outros, a modernização tem lá suas falhas e a desumanização é uma delas.

Os encontros dominicais terminaram nos quatro cantos do mundo, a qualidade dos produtos caiu para dar vez ao lucro e acredite, eles conseguem lucrar.

Como você disse, a distância da outra padaria, é um fator que mantem os moradores presos a má qualidade, a isso chamam de conforto.

Fica guardado na memória tempos idos e que não mais voltarão.

Cris

CavaleiroVirtual disse...

Salve, minha querida, linda e melíflua Confrade!
rsrsrsr! Perdoe-me o riso, porém, esteja certa, não é sarcasmo, é apenas gozo por poder desfrutar a vossa generosa partilha de opiniões, emoções e fatos conosco, privilegiados de sua companhia tão benéfica!
E também por achar por demais divertida a sua abordagem do assunto, numa crônica tão rica e tão cheia de suavidade, mesmo numa repreenssiva e muito justa denúncia. Suas postagens me deixam vislumbrar em sí uma pessoa assim, suave, serena, melíflua, mesmo quando tem de minsitratr a necessária justiça.
O Cavaleiro Virtual sente-se deveras privilegiado, por desfrutar a amizade de um ser humano tão especial!
Te deixo o meu mais carinhoso abraço!
Deste sempre teu Confrade: Max Costa
P. S. Eu também tenho uma crônica sobre uma padaria vizinha de casa, porém é apenas um elogio. (espero que não fique triste)

Daniele Bello disse...

ola sissym da uma passadinha la no meu blog que tem um presentinho pra vc...
bjus.

http://danibello.blogspot.com/