Não faz muito tempo que contei uma história sobre o motorista do ônibus escolar, Sr Humberto, que alegrou meus leitores. Agora eu vou voltar mais uma vez ao Castelo e contar outra passagem de minha vida, desta vez, cercada de aventuras e mistérios.
Crianças saudáveis aprontam, tem medo de assombração, porém gostam de investigar, o mistério é algo completamente tentador.
O Solar Monte Elíseo começou a ser construído em 1852, vejam "aqui" a breve história relatada pelo Instituto Nossa Senhora da Glória, conhecido por Castelo, e abaixo, a outra versão contada pela visão de uma ex-aluna, EU :
Quando sentados em nossa salas de aulas, o silêncio imperava. Aliás, nada melhor do que o silêncio numa escola onde há alunos, sinal de aprendizado e respeito. Algumas vezes o estalar do maravilhoso assoalho de madeira fazia com que despertasse um mundo em nossas cabecinhas infantis: eram os espíritos, os fantasmas, os escravos. Era o que conversávamos de vez em quando. E esta imaginação misturada a criatividade transformava diariamente o presente num futuro mais brilhante.
Quantas vezes eu acelerei os passos nos corredores ao ouvir o uivar do vento nas enormes janelas e ele, o vento, chocalhava com vigor as vidraças. Era enigmático! Muito!
Nada mais convidativo do que, na hora do recreio, estar numa roda de amigos que conspiravam ardentemente vistoriar os arredores proibidos do Castelo.
Contavam, os antigos alunos, que a linda Capela que existia na entrada principal foi, no passado, lugar para estacionar carruagem. E que escravos moraram, trabalharam e morreram naquele monte... e que após as cercas posteriores, descendo um pouco o morro pelo matagal, havia uma gigante árvore que nela havia um túnel profundo que cortava todo solo e servia de escape dos escravos. Fascinante e... real.
Precisávamos conhecer este local. Era por demais tentador! Como dormir sabendo que algo tão misterioso cercava o passado do nosso colégio?!
Agora, eu me sinto mergulhada nos livros da Coleção Cachorrinho Samba, como A Mina de Ouro, a Montanha Encantada, O Cachorrinho Samba, escritos por Maria José Dupré, histórias essas que líamos com prazer em nossas salas de aulas. Aventuras sem fim! E para quem não conheceu tais historinhas, podemos viajar em outras escritas por Monteiro Lobato.
Agora, eu me sinto mergulhada nos livros da Coleção Cachorrinho Samba, como A Mina de Ouro, a Montanha Encantada, O Cachorrinho Samba, escritos por Maria José Dupré, histórias essas que líamos com prazer em nossas salas de aulas. Aventuras sem fim! E para quem não conheceu tais historinhas, podemos viajar em outras escritas por Monteiro Lobato.
Foram mais de duas expedições até o lugar alvo de nossa curiosidade. A primeira era de reconhecimento e descobrimento. A segunda de comprovação e estudo científico mirim. A terceira foi de sapequice mesmo, fomos descobertos e era proibido voltar.
A primeira vez atravessamos facilmente a grade que ficava perto dos bebedouros e banheiros, próximo ao 'meu' lindo e centenário Flamboyant (ele já morreu e no lugar plantaram outro), na volta eh eh eh eh eh enquanto uns pulavam a grade eu, magricela, passei entre as varetas (até o dia que quase fiquei entalada!). Então a escola descobriu e colocou no lugar um muro. Que não foi obstáculo para saltarmos e darmos continuidade ao achado. Uma vez, para nossa felicidade, um dos ônibus escolares bateu no muro da frente do Castelo e derrubou parte. Aí.... segurar a moçada foi complicado, não perdemos tempo e fomos! Eu lembro que gritavam "parem", mas ouvido de criança curiosa deve ter cera demais e vive tapado!
A primeira vez atravessamos facilmente a grade que ficava perto dos bebedouros e banheiros, próximo ao 'meu' lindo e centenário Flamboyant (ele já morreu e no lugar plantaram outro), na volta eh eh eh eh eh enquanto uns pulavam a grade eu, magricela, passei entre as varetas (até o dia que quase fiquei entalada!). Então a escola descobriu e colocou no lugar um muro. Que não foi obstáculo para saltarmos e darmos continuidade ao achado. Uma vez, para nossa felicidade, um dos ônibus escolares bateu no muro da frente do Castelo e derrubou parte. Aí.... segurar a moçada foi complicado, não perdemos tempo e fomos! Eu lembro que gritavam "parem", mas ouvido de criança curiosa deve ter cera demais e vive tapado!
Eu sei que voces leitores querem saber o que vimos lá: realmente existia uma árvore com um tronco ENORME. De longe ela era alta, com tronco mais para a coloração branca, não parecia que de perto seria tão larga. Só me lembro de ver alguma parecida no Jardim Botânico. do Rio de Janeiro, chama-se Jequitibá. E realmente havia algo como um túnel, só que ele foi fechado (aterrado). Eu me lembro que olhamos por muito tempo aquele buraco e nossas mentes fluíram na fértil imaginação. O mais instigante: as correntes presas no tronco. Enferrujadas pelo tempo.
Alguns amigos que ali voltaram mais vezes encontraram alguns ossos humanos. Eu me recordo de um deles (claro, o mais levado - sei o nome, meus amigos sabem que tenho cérebro de elefante, mas não vou mencionar, porque não dedo-duro jamais) trazendo em mãos um osso que mais parecia ser um fêmur. Ele tomou uma bronca... para que?! Aí atiçou mais nossa curiosidade infantil. Então, trataram de retirar os ossos da região e nós não encontramos mais nada, além de que fomos proibidos terminantemente de voltar. Quem ia querer ser suspenso?!?!
Francamente, isso é delicioso de ser lembrado. Como ser criança sem ter nada de especial de recordação?! Eu amava a minha escola, com todo seu esplendor e mistério do passado. Aliás, o passado não foi criado pela Instituição, mas pelo fator histórico do tempo que foi construído e vivido. O que a escola tentava fazer era nos proteger, porque mexer com o passado pode não ser tão benéfico para a saúde. E o que nós tentávamos fazer era ter um capítulo a mais na nossa própria história de vida.
(por Sissym)
(por Sissym)
10 comentários:
adorava as historias do cachorrinho samba. saudade dessa epoca.
como nao poderia curtir uma deliciosa historia dessa?
adorei.
beijos
Nossa , eu amo historias , as vezes eu ( com meus 22 anos nos coro) vendo minha mãe ( a vitima) costurando , sento no chão pergunto pra ela como era antes de quando eu não me lembro e ela começa a me falar . É tão bom , eu me perco imaginando tudo como ela fala !
Amei sua historia !
Um abração !
Eu acho q a infância é o repositírio de nossas esperanças mais profundas. Somos adultos para provar a nós mesmos q ser puro e ter sonhos puros é possível em qqer época.
Festa de igreja, quermesse, quadrilha de São João, primeiro beijo, primeira paixonite, passear de ônibus como se fosse o programa mais ambicioso e desejado da vuda, ver a vida rápida pelos vidros de um ônibus...
Bjs Princesa!!
Parabéns por contar esta otima historia.
Nossa confesso que quando cheguei ao final do texto desejei que tivesse mais para ler, muito bom e inspiradora a história e que infancia maravilhosa parabens pelo artigo abraços...
Márcio Ferreira
Grande história, Sissym. Curti demais! Me identifiquei bastante com a tua fase exploradora!
Tive a minha, que durou até...ontem eu acho (hehe), e o mais bacana das aventuras (além das lembranças), é contar como foi. Sempre da maneira mais emocionante possível! :D
Tua infância deve ter sido bem bacana! Grande abraço, Sissym!
Vim deixar bjs e boa noite!!
SAUDAÇÕES!
SAUDAÇÕES!
Amiga
SISSYM
Que história fantástica!
Gostei muito dos detalhes que em imaginação me senti aos pés do Jequibazeiro!
Parabéns pelo lindo texto!
Abraços,
LISON.
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